| Descrição | Fragmento de pilar de secção quadrangular, encontrado na Casa dos Bicos. É decorado nas quatro faces com medalhões com enlaçados, no interior dos quais se encontram grifos de perfil e em posição heráldica. Palmas simples e compósitas preenchem os espaços livres. O recurso intensivo ao talhe em bisel fez desaparecer quase completamente (excepto no motivo central) a superfície original do suporte. Esta decoração é em tudo similar à do pilar encontrado no Mosteiro de Chelas, razão pela qual, embora encontrado na Casa dos Biscos, foi ponderada que fosse proveniente do dito templo. Tal como o de Chelas, este pilar testemunha, por um lado, uma influência bizantina – os grifos inseridos em medalhões de coroas de louros é um motivo que se repete nos têxteis bizantinos dos séculos IX e X – e islâmica – os elementos vegetalistas no espaço exterior dos medalhões, preenchendo a totalidade da superfície, uma opção decorativa que remete para as realizações da fachada sul do Palácio de Mshatta ou para os marfins cordoveses. Esta peça também se aproxima a fragmentos encontrados na Rua dos Bacalhoeiros. Talvez as três peças integrassem o grupo da catedral.
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| Bibliografia | Cláudio Torres e Santiago Macias, O legado islâmico em Portugal, Lisboa, Círculo de Leitores, 1998, p. 94; Paulo Almeida Fernandes, "Pilar da Casa dos Bicos", Construindo a Memória. As Colecções do Museu Arqueológico do Carmo, Lisboa, Associação dos Arqueólogos Portugueses, 2005, p. 289; Manuel Luís Real, "Pilar. Calcário conquífero compacto", Portugal Islâmico. Os últimos sinais do Mediterrâneo. Catálogo de exposição, Lisboa, IPM, MNA, 1998, p. 85; Idem, "Inovação e resistência: dados recentes sobre a antiguidade cristã no Ocidente Peninsular", IV Reunió D'Arqueologia Cristiana Hispànica, Barcelona, Institut d'Estudis Catalans, 1995, p. 56; Carlos Alberto Ferreira de Almeida, História da Arte em Portugal, vol. 2, Lisboa, Alfa, 1986, p. 60
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