Património

Friso ornamental em calcário conquífero compacto, decorado com leões

LocalLisboa / Lisboa
OrigemLisboa / Chelas
Entidade TitularMuseu Arqueolgico do Carmo (Esc. 406)
DesignaçãoFriso ornamental em calcário conquífero compacto, decorado com leões
CronologiaSéc. IX-X
Dimensões31 cm altura, 70 cm largura, 30,5 cm profundidade
DescriçãoFragmento de friso rectangular em calcário conquífero compacto, encontrado no Mosteiro de São Félix e Santo Adrião, de Chelas, numa arrecadação contígua ao vestíbulo da igreja. O friso evidencia o uso da técnica do relevo em dois planos e o recurso moderado ao talhe em bisel e à gravação superficial do desenho. Quanto aos motivos decorativos, o friso está organizado em duas secções: um par de leões afrontados e com a pata dianteira ligeiramente levantada (e mais parte de um outro leão) em torno da Árvore da Vida, aqui sob a forma de palmeta brífida; na banda inferior, separada por uma moldura rectangular, uma banda ondulante de videira, alternando parras e cachos de uvas. Apesar dos motivos decorativos difererirem dos pilares de Chelas e da Casa dos Bicos, este friso integra o mesmo contexto criativo, reflectindo também a iconografia do Paraíso e plasticamente similar no tratamento das linhas anatómicas dos corpos. Tal como os pilares, também este friso bebe inspiração nos têxteis bizantinos. Apresenta inclusivamente fortes analogias com um tecido bizantino dos séculos IX-X actualmente conservado no Diöcezanmuseum de Passau, na Alemanha. Possivelmente integraria um dos palácios periurbanos ou algum templo moçárabe.
BibliografiaCláudio Torres e Santiago Macias, O legado islâmico em Portugal, Lisboa, Círculo de Leitores, 1998, pp. 100-101; Paulo Almeida Fernandes, "Pilar de Chelas", Construindo a Memória. As Colecções do Museu Arqueológico do Carmo, Lisboa, Associação dos Arqueólogos Portugueses, 2005, pp. 289-290; Manuel Luís Real, "Friso ornamental. Calcário conquífero compacto", Portugal Islâmico. Os últimos sinais do Mediterrâneo. Catálogo de exposição, Lisboa, IPM, MNA, 1998, p. 82; Manuel Luís Real, "Inovação e resistência: dados recentes sobre a antiguidade cristã no Ocidente Peninsular", IV Reunió D'Arqueologia Cristiana Hispànica, Barcelona, Institut d'Estudis Catalans, 1995, p. 56; I de Vilhena Barbosa, "Fragmento de um roteiro de Lisboa (inédito). Arrabaldes de Lisboa", Archivo Pittoresco, n.º 7, 1864, pp. 380-381; Carlos Alberto Ferreira de Almeida, História da Arte em Portugal, vol. 2, Lisboa, Alfa, 1986, p. 59.
Categoria(s)Arqueologia Arquitetura
ComentariosOrigem da imagem: Cláudio Torres e Santiago Macias, O legado islâmico em Portugal, Lisboa, Círculo de Leitores, 1998, pp. 100-101;
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