Património

Muralhas de Santarém

LocalSantarém / Santarém
DesignaçãoMuralhas de Santarém
CronologiaSéc. XII (reconstrução)
DescriçãoQuando Santarém foi conquistada por D. Afonso Henriques, em 1147, o primitivo castelo, erguido no local de um antigo castro lusitano, foi reformado e alargado o perímetro fortificado. As muralhas cercavam o recinto da alcáçova (c. 4,5 ha) e o perímetro da vila (33 ha), defendidas por uma torre albarrã e pelas estruturas defensivas da Ribeira, Alfange, Marvila e Sesirigo (cerca construída por Sancho I). Na alcáçova, as intervenções arqueológicas trouxeram a descoberto fossas e silos islâmicos, distribuídos um pouco por toda a área, onde foram exumados vários materiais islâmicos, sobretudo cerâmica datada da primeira metade do século XII, hoje conservados no Museu Municipal de Santarém. Da cerca da Ribeira de Santarém, onde os vestígios apontam para uma ocupação islâmica, restam ainda alguns troços visíveis e outros identificados através de uma sondagem arqueológica que pôs a descoberto cerca de 25 metros de muralha a terminar num maciço de alvenaria argamassada interpretado como sendo um torreão. Quanto à cerca de Marvila, embora apenas seja referida explicitamente na documentação a partir da segunda metade do século XII, as descobertas arqueológicas têm revelado que as obras militares neste bairro seriam anteriores à conquista cristã. Sondagens arqueológicas realizadas em várias áreas do Planalto de Marvila, nomeadamente nas ruas Miguel Bombarda, Tenente Valadim ou no Largo de Mem Ramires, têm posto a descoberto vestígios de ocupação islâmica e de como o bairro terá começado a crescer ainda na época califal. A construção da cerca de Marvila teria começado durante o século XI. No Largo de Mem Rodrigues, foram identificados os alicerces e provada a cronologia islâmica da Porta de Atamarna (demolida em 1865), pela qual, segundo a tradição, D. Afonso Henriques teria entrado quando conquistou a cidade.
BibliografiaHelena Catarino e Constança Guimarães dos Santos, "A cerâmica islâmica da Marca Inferior em território português", Arqueologia Medieval, n.º 12, 2012, pp. 8-9; Carlos Batata, Elisabete Barradas e Vanessa Sousa, "Novos vestígios da presença islâmica em Santarém", Santarém e o Magreb: encontro secular (970-1578). Catálogo da Exposição, Santarém, Câmara Municipal de Santarém, 2004, pp. 69-77; VVAA, "Ocupação do espaço", De Scallabis a Santarém. Catálogo, Lisboa, Museu Nacional de Arqueologia, 2002, pp. 73-101; Jorge Custódio, "As fortificações de Santarém", Mil Anos de Fortificações na Península Ibérica e no Magreb (500-1500). Actas do Simpósio Internacional sobre Castelos, Lisboa, Edições Colibri / Câmara Municipal de Palmela, 2002, pp. 405-422; Mário Cardoso, Maria José de Almeida e Henrique Cale Mendes, "A porta de Atamarna", Mil Anos de Fortificações na Península Ibérica e no Magreb (500-1500). Actas do Simpósio Internacional sobre Castelos, Lisboa, Edições Colibri / Câmara Municipal de Palmela, 2002, pp. 819-824; Virgílio Arruda, As muralhas de Santarém, 1962; Maria Ângela V, da Rocha Beirante, Santarém Medieval; Mário de Sousa Cardoso, As muralhas de Santarém e a sua evolução, 1979; Catarina Viegas e Ana Margarida Arruda, "Cerâmicas Islâmicas da Alcáçova de Santarém", Revista Portuguesa de Arqueologia, n.º 2: 2 (1999), pp. 105-186;
Linkshttp://igespar.pt/pt/patrimonio/pesquisa/geral/patrimonioimovel/detail/72656/
http://www.monumentos.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=3398


Categoria(s)Arquitetura
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