Património

Lápide funerária em mármore

LocalÉvora / Évora
OrigemMértola
Entidade TitularMuseu de Évora (ME 1729)
DesignaçãoLápide funerária em mármore
Cronologia2ª metade séc. XII d.C.
Dimensões38 cm altura; 35 cm comprimento; 3,5 cm profundidade
DescriçãoFragmento de lápide funerária rectangular, em mármore, decorada com um arco simbólico, de tipo almeriense, do qual apenas resta uma coluna, com o respectivo capitel e o início do arco ultrapassado. Apresenta caracteres cúficos em relevo, bastante evoluídos, e com os espaços vazios preenchidos com motivos decorativos vegetalistas e estilizados. No bordo, resta ainda uma faixa epigrafada em cursivo. A inscrição central consiste nos versículos 33 e 34 da sura XXXI: “Que a vida deste mundo não vos cegue, que a confiança cega nos bens deste mundo não vos cegue a respeito de Deus. O conhecimento da hora pertence a Deus, que fez cair bátegas do Céu. Ele sabe o que contêm as entranhas das mães. Nenhum ser sabe o que terá amanhã, tal como nenhum ser sabe em que sítio morrerá. Deus é sábio e instruído”. A faixa exterior revela um excerto do versículo 256 da sura II: “[D'Ele não de apossam nem] o torpor nem o sono; a Ele pertence tudo o que está no Céu [e na Terra]". Os dois excertos eram correntemente usados em inscrições funerárias o que permite supôr ser esse o carácter da lápide. De acordo com Frei João de Sousa, o primeiro a registar esta inscrição em 1793, então num estado melhor de conservação do que agora se encontra e permitindo uma melhor leitura, a lápide foi encontrada junto ao Convento de São Francisco, em Mértola. Pertenceu à colecção de Frei Manuel do Cenáculo, então ainda bispo de Beja que, ao ser nomeado para a diocese de Évora, transferiu para esta cidade o seu museu.
BibliografiaCláudio Torres e Santiago Macias, O legado islâmico em Portugal, Lisboa, Círculo de Leitores, 1998, p. 127, 164; Mário Jorge Barroca, Epigrafia Medieval Portuguesa (862-1422), vol. III, Lisboa, FCG, FCT, 2000, p. 67; Artur Goulart de Melo Borges "Lápide funerária. Mármore", Portugal Islâmico. Os últimos sinais do Mediterrâneo. Catálogo de exposição, Lisboa, IPM, MNA, 1998, pp. 248-249; Frei João de Sousa, "Memória de Quatro Inscripções Arábicas com suas traduções", Memórias de Litteratura Portugueza, vol. 5, Lisboa, 1793, pp. 373-375; A. R. Nykl, “Arabic Inscriptions in Portugal”, Ars Islamica, 11-12, 1946, pp. 179-180; Carmen Barceló e Ana Labarta, "Inscripciones árabes portuguesas: situación actual", Al-Qantara, vol. VIII, 1987, pp. 395-420.
Categoria(s)Arqueologia
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