Ajimez "moçárabe" do castelo de Soure

Local	Soure / Soure
Origem	Soure / Conimbriga?
Entidade Titular	Castelo de Soure
Designação	Ajimez "moçárabe" do castelo de Soure
Cronologia	Séc. XI-XII (reaproveitamento)
Descrição	Peça considerada uma das mais significativas realizações artísticas do moçarabismo português, este ajimez seria oriundo de um mosteiro moçárabe construído na primeira metade do século XI. Após a conquista de Coimbra em 1064, numa das fases construtivas do castelo de Soure, foi reaproveitado como lintel da porta da Torre de Menagem. O ajimez apresenta um duplo arco e decoração com folhas e cachos de uva estilizados pendentes na parte superior, enquadrado com um motivo cordiforme, e, no espaço livre, a representação de duas patenas crismalis, elemento que situa esta peça no contexto eucarístico. A cronologia deste ajimez tem suscitado alguma polémica. Paulo Almeida Fernandes questiona a origem moçárabe da peça, sustentando-se na sua proximidade estilística aos materiais paleocristãos identificados em Conimbriga, em particular um fragmento de pilastra que partilha o mesmo motivo decorativo: os cachos de uva e as hastes de videira como símbolos da eucaristica. Assim, a sua origem seria conimbrigense, depois levada para Soure para decorar o interior de uma igreja e só mais tarde integrada no castelo. O mesmo autor também questiona a função original da peça, dado que o simbolismo do tema da Eucarística dificilmente seria compatível com a função de ajimez. Assim, lança a hipótese da peça ter originalmente ocupado um lugar de destaque no contexto religioso, como frontal de altar ou placa de iconostasis. De acordo com Paulo Almeida Fernandes, a adaptação a ajimez teria ocorrido apenas quando foi integrada no castelo. Porém, o próprio reaproveitamento de um elemento paleocristão inscreve-se no ecletismo que caracteriza a arte moçárabe.
Bibliografia	Cláudio Torres e Santiago Macias, O legado islâmico em Portugal, Lisboa, Círculo de Leitores, 1998, p. 70; Paulo Almeida Fernandes, "O ajimez moçárabe reaproveitado no Castelo de Soure", Mil Anos de Fortificações na Península Ibérica e no Magreb (500-1500): Actas do Simpósio Internacional sobre Castelos, Lisboa, Edições Colibri / Câmara Municipal de Palmela, 2001, pp. 795-801; Manuel Luís Real, "Inovação e resistência: dados recentes sobre a antiguidade cristã no Ocidente Peninsular", IV Reunió D'Arqueologia Cristiana Hispànica, Barcelona, Institut d'Estudis Catalans, 1995, pp. 63-64; Carlos Alberto Ferreira de Almeida, História da Arte em Portugal, vol. II, Lisboa, 1986.
Links	http://www.igespar.pt/pt/patrimonio/pesquisa/geral/patrimonioimovel/detail/70361/ http://www.monumentos.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=2708
Categoria(s)	Arquitetura Legado Moçárabe
Comentarios	Origem da Imagem: Cláudio Torres e Santiago Macias, O legado islâmico em Portugal, Lisboa, Círculo de Leitores, 1998, p. 70;
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