| Descrição | Situado na Serra de Monchique, dominando a leste o vale da Ribeira de Boina, o cerro do Castelo da Nave encontra-se actualmente numa fase de avançada destruição. Os trabalhos arqueológico realizados por Abel Viana, José Formosinho e Octávio da Veiga Ferreira nos anos 40 do século XX trouxeram a descoberto este povoado fortificado, classificado com um castro romanizado reocupado na alta Idade Média. Porém, em campanhas realizadas no cerro em 2002 e 2005, Mathieu Grangé identificou apenas vestígios de ocupação do castro entre os séculos X e XIII. Entre estes vestígios, destacam-se troços de muralha construída em alvenaria de sienito e xisto, os alicerces de uma possível torre no cume do esporão meridional, além de materiais que indicam a existência de uma área habitacional, tais como blocos de construção, telhas e fragmentos de cerâmica. Estes vestígios revelam que o cerro do Castelo da Nave seria um assentamento rural estruturalmente bem definido composto por uma área residencial associada a uma pequena fortificação que, de acordo com a cerâmica recolhida, terá sido ocupado apenas durante o período islâmico, dada a ausência completa de materiais que indiciem uma ocupação romana, como fora suposto no primeiro estudo do local nos anos 40 do século XX.
|
|---|
| Bibliografia | Maria José Gonçalves, "O Barlavento Algarvio", Arqueologia Medieval, 12, 2012, p. 165; Mathieu Grangé e Joke Dewulf, "O Cerro do Castelo da Nave (Monchique): imagem de superfície de um assentamento islâmico no Vale da Ribeira de Boina", Xelb, 6 (Actas do 3º Encontro de Arqueologia do Algarve, vol II, 2006, pp. 87-104.
|
|---|
