Património

Pilar ornamentado "A Moura de Silves"

LocalLisboa / Lisboa
OrigemLisboa / Chelas
Entidade TitularMuseu Arqueológico do Carmo (Esc. 404)
DesignaçãoPilar ornamentado "A Moura de Silves"
CronologiaSéc. IX-X
Dimensões95 cm altura, 43 cm largura, 41 cm profundidade
DescriçãoFragmento de uma pilar de secção quadrangular, em calcário conquífero e com baixos-relevos, encontrado em 1864 no Mosteiro de São Félix e Santo Adrião de Chelas, embebido no muro do quintal da sacristia. Decorado nas quatro faces com grifos de perfil e em posição heráldica, inseridos em medalhões, formados por coroas de louros que se iam sobrepondo na vertical, em cada face da pilastra. Conservam-se intactos cinco dos medalhões e fragmentos de outros dois. Os cantos e os espaços intercalares das láureas são preenchidos integralmente com motivos vegetalistas, com o fim de não deixar nenhum espaço em branco. Apresenta uma grande proximidade formal com outros baixos-relevos omíadas, nomeadamente do palácio de Kirbat al-Mafjar. A decoração é similar à encontrada em tecidos de origem sassânida e produzidos em Bizâncio, como, por exemplo, a seda bizantina do Cooper Hewitt Museum, em Nova Iorque. O seu aparecimento em Lisboa indicia o contacto dos artistas ou dos encomendadores com os tecidos bizantinos e o tipo de iconografia pretendida pelos promotores da obra, a "Iconografia do Paraíso", um modelo com raiz no mundo sassânida, aqui aplicado na capela-mor de um templo moçárabe. Formalmente é muito próximo do pilar encontrado na Casa dos Bicos e doutro encontrado na Rua dos Bacalhoeiros. Sendo que este último pertencera à Sé, o pilar de Chelas representa uma réplica do programa artístico da catedral de Lisboa.
BibliografiaCláudio Torres e Santiago Macias, O legado islâmico em Portugal, Lisboa, Círculo de Leitores, 1998, pp. 94, 100; Manuel Luís Real, “Pilar ornamentado”, in Discover Islamic Art: Museum With No Frontiers, 2014; Idem, "Friso ornamental. Calcário conquífero compacto", Portugal Islâmico. Os últimos sinais do Mediterrâneo. Catálogo de exposição, Lisboa, IPM, MNA, 1998, p. 82; Paulo Almeida Fernandes, "Pilar de Chelas", Construindo a Memória. As Colecções do Museu Arqueológico do Carmo, Lisboa, Associação dos Arqueólogos Portugueses, 2005, p. 288; Manuel Luís Real, "Inovação e resistência: dados recentes sobre a antiguidade cristã no Ocidente Peninsular", IV Reunió D'Arqueologia Cristiana Hispànica, Barcelona, Institut d'Estudis Catalans, 1995, p. 56; I de Vilhena Barbosa, "Fragmento de um roteiro de Lisboa (inédito). Arrabaldes de Lisboa", Archivo Pittoresco, n.º 7, 1864, pp. 380-381; Carlos Alberto Ferreira de Almeida, História da Arte em Portugal, vol. 2, Lisboa, Alfa, 1986, p. 59; P. A. Fernandes, “Escultura de Alta Idade Média Cristã”, Roteiro da exposição permanente. Museu Arqueológoco do Carmo, Lisboa, 2002, pp. 63-67; J. J. A. Valdez, "Monumentos archeológicos de Chelas", Boletim da Real Associação dos Architectos Civis e Archeologos Portuguezes, s. 3, 8(3-4), Lisboa, 1898, pp. 55-59.
Linkshttp://www.discoverislamicart.org/database_item.php?id=object;ISL;pt;Mus01_C;25;pt
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Categoria(s)Heráldica Arquitetura
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