Descrição | Cofre em marfim com forma cilÃndrica. Tem uma tampa em forma de cúpula constituÃda por um pequeno tambor com uma inscrição em árabe, com caracteres cúficos, e por uma calote sobrepujada por uma pequena pega piriforme. A inscrição indica que foi encomendada pelo h?jib Abd al-Malik, filho de al-Mans?r, então já designado com o tÃtulo de Saif al-Dawlah, assumido após o saque de León em 1004. Possivelmente, a peça é uma produção do atelier de Toledo, que fornecia a corte. O cofre passou depois para mãos cristãs, sendo posteriormente oferecido à Sé de Braga, integrando o seu Tesouro desde, pelo menos, os finais do séc. XI e inÃcios do XII. "Toda a superfÃcie desta peça está finamente trabalhada em baixo-relevo, num minucioso trabalho de buril e talhadeira. A composição decorativa desenvolve-se numa sequência de arcos em ferradura que assentam em colunelos com capiteis de folhas de acanto e duas volutas. Sobre cada arco e envolvidas pelo mesmo filete de entalhe encordoado, inscreve-se uma série de caprÃdeos e aves. Aliás, estas corças e aves do paraÃso ressaltam de quando em vez do emaranhado vegetal que cobre toda a superfÃcie. Sob um dos arcos, dois personagens, finamente escultorados, colhem os frutos de uma árvore, num gesto semelhante a representações da vindima no mundo tardo-antigo. A calote da tampa, toda ela também insculturada, ostenta uma sequência de medalhões octogonais onde se inscrevem zoomorfos." (Torres, 2014).
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Bibliografia | Cláudio Torres e Santiago Macias, O legado islâmico em Portugal, Lisboa, CÃrculo de Leitores, 1998, pp. 80-81; Idem, "Cofre da Sé de Braga", in Discover Islamic Art. Place: Museu With No Frontiers, 2014; Santiago MacÃas, "Cofre. Marfim", Portugal Islâmico. Os últimos sinais do Mediterrâneo. Catálogo de exposição, Lisboa, IPM, MNA, 1998, p. 101; Mário Jorge Barroca, Epigrafia Medieval Portuguesa (862-1422), vol. III, Lisboa, FCG, FCT, 2000, pp. 54-55; Ferreira de Almeida, História da Arte em Portugal, vol. 2, Lisboa, 1988, pp. 73, 87-88; Mário Barroca, "Cofre", Nos confins da Idade Média, Lisboa, 1992, pp. 93-94; M. Gómez-Moreno, "Arte árabe español hasta los almohades", Ars Hispaniae, III, Madrid, 1951, p. 299.
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