Castelo dos Mouros e cisterna
Local | Sintra / Sintra / São Pedro de Penaferrim |
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Designação | Castelo dos Mouros e cisterna |
Cronologia | Séc. IX-X |
Descrição | A configuração do Castelo dos Mouros resulta de três campanhas de construção: uma no perÃodo islâmico, outra após a reconquista e uma final já no séc. XIX, quando o velho castelo medieval abandonado voltou a cativar o interesse. O castelo foi construÃdo enquanto reduto populacional e militar de grande importância para a protecção de um território rico em recursos agrÃcolas. Além de ter o domÃnio de um extenso território que abrangia Cascais e Mafra, foi um posto de atalaia até depois da conquista cristã. A sua posição cimeira no extremo ocidental do Gharb, tornava-o visÃvel das embarcações que se aproximavam da costa e de alguns castelos da margem sul do Tejo, como Almada, Sesimbra ou Palmela. Pavón Maldonado data a construção nos séculos IX-X, quando a região a Norte de Lisboa registava um mais intenso povoamento e nota, pelo aparelho das muralhas e das torres cilÃndricas, que o castelo passou por duas fases construtivas durante o perÃodo islâmico. No centro do castelo encontra-se uma cisterna destinada ao abastecimento da população. A capela de São Pedro de Canaferrim, localizada intra-muralhas, será de origem visigótica (construção c. séc. VII-VIII). A tradição chegou a considerá-la como sendo uma antiga mesquita. Porém, não existem dados concretos que o confirmem e o mais provável é tratar-se de uma capela aproveitada para o culto moçárabe. Após a reconquista, ainda com D. Afonso Henriques, o castelo e o bairro intra-muralhas sofreram reformas fundamentais. O castelo dos Mouros, tal como outros castelos das regiões estuarinas do Sado e do Tejo (Sesimbra, Alcácer, Palmela), desempenhou um papel defensivo de extrema importância desde o califado e poderia ter funcionado por ribât (estruturas defensivas que partilhavam as funções de vigilância e controlo litorâneos com um carácter religioso), antes de se definir como husûn, estrutura defensiva ligada a um espaço agrÃcola envolvente. Entre 1993 e 2001, as intervenções arqueológicas no Castelo dos Mouros puseram a descoberto um pequeno núcleo habitacional numa área delimitada pela fortificação e a primeira linha de muralhas, no qual foram encontrados vários materiais cerâmicos, com especial enfoque para uma série de fragmentos de cerâmica decorados a "verde e manganês" e datados dos séculos X-XI. |
Bibliografia | Cláudio Torres e Santiago Macias, O legado islâmico em Portugal, Lisboa, CÃrculo de Leitores, 1998, pp. 110-111; Isabel Cristina Ferreira Fernandes, "Aspectos da Litoralidade do Gharb Al-Andalus: os portos do Baixo Tejo e do Baixo Sado", Arqueologia Medieval, 9, 2005, pp. 53-54; Catarina Coelho, "A cerâmica verde e manganês do Castelo de Sintra", Arqueologia Medieval, 12, 2012, pp. 91-107; Catarina Coelho, "O Castelo dos Mouros (Sintra)", Mil Anos de Fortificações na PenÃnsula Ibérica e no Magreb (500-1500). Actas do Simpósio Internacional sobre Castelos, Lisboa, Edições Colibri / Câmara Municipal de Palmela, 2002, pp. 389-395; VÃtor Serrão, "Um ignorado templo pré-Românico: a Capela de S. Pedro do Castelo dos Mouros", Jornal de Sintra, ano 47, n.º 2382-2384; António Nuno Saldanha, "A Capela de S. Pedro de Canaferrim em Sintra", AEDIFICIORUM, ano 1, Julho 1988, pp. 35-39; Catarina Coelho, “A ocupação islâmica do Castelo dos Mouros (Sintra): interpretação comparada”, Revista Portuguesa de Arqueologia, vol. 3, n.º 1, 2000, pp. 207-225; Francisco Pedro Ribeiro e Costa, Castelo de Sintra ou Castelo dos Mouros, Mem Martins, 1996. |
Links | http://igespar.pt/pt/patrimonio/pesquisa/geral/patrimonioimovel/detail/336929/ http://www.monumentos.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=4641 |
Categoria(s) | Arquitetura |
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