Descrição | Castelo Belinho foi identificado como fortificação islâmica em 1910, por Estácio da Veiga. Não são conhecidas referências textuais islâmicas a esta fortificação. Aliás, a primeira referência conhecida remonta já ao perÃodo cristão: em 1275, era referido como "Castelo do Ninho". Em finais do século XIX, era conhecido por "Castelo Lindo". Localizado no actual Morgado do Reguengo, perto da ribeira de Boina, esta pequena fortificação (hisn ou husun) dominava a região entre a foz do Arade e Monchique e servia possivelmente de refúgio à s populações das alcarias e propriedades agrÃcolas. As muralhas tinham uma planta quadrangular, com entrada defendida por uma torre, e cercavam uma área próxima dos 800 metros quadrados. Actualmente, o castelo encontra-se em ruÃna, restando apenas vestÃgios de panos de muralha, cobertos por vegetação, e de uma cisterna. A construção das muralhas evidencia o recurso à técnica de luh, usando cofragens de madeira. Os muros têm 1,24 m de largura e sugerem o uso do côvado geométrico, tal como se encontra na maioria das construções em taipa militar no Algarve. Esta técnica construtiva remete Castelo Belinho para uma cronologia tardia, possivelmente no primeiro quartel do séc. XIII, no contexto da reconquista almoada de Silves. Afinal, localizava-se numa situação estratégica para constituir uma das defesas avançadas da cidade e para vigiar as vias de comunicação. Contudo, Castelo Belinho parece ter tido uma história muito curta, sem sobreviver à conquista definitiva do Algarve pelas tropas cristãs.
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Bibliografia | Cláudio Torres e Santiago Macias, O legado islâmico em Portugal, Lisboa, CÃrculo de Leitores, 1998, p. 189; Helena Catarino, O Algarve Islâmico. Roteiro por Faro, Loulé. Silves e Tavira, Faro, Comissão de Coordenação da Região do Algarve, 2002, p. 18; Rosa Varela Gomes, Silves (Xelb), uma cidade do Gharb Al-Andalus: território e cultura (Trabalhos de Arqueologia, 23), Lisboa, Instituto Português de Arqueologia, 2002, pp. 122-123; LuÃs Filipe Oliveira, "Uma fortificação islâmica do termo de Silves: o Castelo Belinho", Arqueologia Medieval, 6, 1999, pp. 39-46; LuÃs Filipe Oiiveira, "Uma fortificação islâmica no termo de Silves: o Castelo Belinho", III Jornadas de Silves. Actas, Silves, Associação de Estudos e Defesa do Património Histórico-Cultural de Silves, 1997, pp. 39-51; Rosa Varela Gomes e Mário Varela Gomes, Levantamento arqueológico-bibliográfico do Algarve, Faro, Secretaria de Estado da Cultura, 1988, p. 90.
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Comentários | Imagem: muro poente.
Origem da imagem: Mário Varela Gomes, Rosa Varela Gomes, «Castelo Belinho – Uma residência fortificada almoada», Fortificações e Território na PenÃnsula Ibérica e no Magreb (Séculos VI a XVI), Lisboa, Edições Colibri & Campo Arqueológico de Mértola, 2013, pp. 141-152. (https://www.academia.edu/9485724/Castelo_Belinho_Uma_resid%C3%AAncia_fortificada_almoada)
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