Descrição | Situado no loteamento e campo de golfe de São Lourenço no complexo turÃstico da Quinta do lago, o sÃtio do Tejo do Praio foi alvo de intervenções arqueológicas que trouxeram a descoberto cinco núcleos habitacionais, silos e uma necrópole islâmica, situados na área mais alta. A ocupação romana do sÃtio situara-se no espaço mais próximo da ria, de menor altitude, e separado actualmante do núcleo islâmico pelo campo de Golfe de São Lourenço. Tratar-se-ia de um pequeno povoamento rural, não ultrapassando a área coberta os 80 metros quadrados e com uma população estimada não ultrapassando os 20 indivÃduos. O sÃtio de Tejo do Praio inscrever-se-ia na rede de povoamento rural que se iniciou sobretudo a partir dos reinos de taifas, quando os sÃtios rurais passaram a conquistas maior importância como centros de povoamento e de exploração económica. Os espaços habitacionais, que, segundo Arruda, deveriam corresponder à maioria ou mesmo à totalidade da ocupação do sÃtio, apresentam uma construção com alicerces em alvenaria, de pedra local e consolidados com terra argilosa bastante compacta, sobre os quais se ergueriam paredes de taipa e/ou de adobe. A cobertura era feita com telhados de imbrices, dos quais foram encontrados abundantes vestÃgios. Os núcleos habitacionais identificados apresentam uma certa uniformidade arquitectónica, compostos por dois a cinco compartimentos de planta rectangular, formando um "L" ou um "U", e com orientação Nordeste/Sudoeste, e com pátios exteriores, onde seriam realizadas as tarefas ligadas à vida doméstica. Em todos os compartimentos, foram identificados vestÃgios de lareiras. As áreas livres de construções, mesmo que próximas das habitações, eram usadas como lixeiras. ContÃgua à s habitações, encontrava-se a necrópole, constituÃda por um total de 73 sepulturas, à s quais correspondem 76 enterramentos. A grande maioria do espólio recolhido nos espaços habitacionais data do século XII, enquanto que, nos contextos de superfÃcie e nas lixeiras domésticas, foram encontrados materiais de cronologia anterior, remontando ao perÃodo emiral (séc. IX) e, sobretudo, ao perÃodo das taifas e almorávida (séculos X-XI).
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Bibliografia | Helena Catarino e Isabel Inácio, "O Algarve Oriental", Arqueologia Medieval, 12, 2012, p. 160; Ana Arruda, Rui Roberto de Almeida e Vera Teixeira de Freitas, "O SÃtio Islâmico do Tejo do Praio, Quinta do Lago, Loulé: uma primeira análise e caracterização", Xelb, 4 (Actas do 1º Encontro de Arqueologia do Algarve), 2003, pp. 247-264.
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